Thursday, September 14, 2006

Testes


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NonoquintíadaS

ou estâncias à maneira de Os Lusíadas, com o esquema
rimático A-B-A-B-A-B-C-C, sobre o 9.º 5.ª, feitas
pelos alunos da turma, em alguns tepecês de
Português, no ano lectivo 2006-2007,
na Escola Secundária José
Gomes Ferreira, em
Benfica, Lisboa
Junho de
2007

{indicação das páginas só interessa à edição impressa}
[Nota prévia] (p. 1)

[Proposição] (p. 2)

[Invocação] (p. 2)

[Dedicatórias] (p. 6)

Ana B. (p. 6); Raquel (6); Bruno (6); Carla (7); Catarina (7); Cláudia (8); Carlota (9); Filipe (9); Francisco (10); Gonçalo (10); Joana D. (11); Joana B. (12); Joana O. (12); João F. (13); João M. (13); João C. (14); Zé (14); Luís (15); Mariana (15); Marta L. (16); Marta P. (16); Mónica (17); Nuno (18); Rita (19); Soraia (20); Tiago (20); João A. (20).

[Narração] (p. 21)

Visita à Expolíngua (p. 21); A ideia de recolher as cadernetas (21); Visita ao Parque das Nações (22); Aposta nos repuxos da Expo (24); No teleférico (24); Dança em Educação Física (24); Exercício de evacuação das salas (25); Ida ao cinema no sétimo ano (25); Sermão da Directora de Turma (25); Visita de estudo Sintra-Cascais (26); Aulas de compensação (26); Visita à Central termoeléctrica do Pego (27); Canoagem (28); Professor Esperança (28); Dona Emília (29); Dona Filomena (29); Professor Alvelos (30); Professor Luís Ferreira (30); Professor António — 8.º ano (31); Certo e determinado indivíduo (31); Professor Paulo Lopes (32); O cartaz boicotado (32); Representação pela turma — AP, 8.º ano (33); Ao Bruno, do 7.º 5.ª (33).


Não se reproduzem todas as estrofes que foram entregues. Ficam de fora as que tinham falhas no esquema rimático pedido (rima cruzada nos seis primeiros versos, emparelhada no dístico final); ou as que, embora bem escritas, eram demasiado sérias para uma epopeia deste género. Aceitaram-se algumas rimas apenas toantes, mas serão raras. Também é verdade que, quanto a sílabas métricas, os versos não seguem o exacto modelo dos Lusíadas (não há estrofes rigorosamente decassilábicas).
Há alunos que têm mais do que uma oitava que os tome por assunto e outros sobre que há apenas uma. A culpa foi de quem falhou os tepecês que correspondiam a essas estâncias — ou, mais ainda, de quem não soube planear tudo devidamente, evitando injustiças destas. Dito isto, fica claro que o número de oitavas não se relaciona com a popularidade que cada aluno possa ter, apenas com a preguiça ocasional do colega que se lhe seguia, ou o precedia, na pauta.
As primeiras páginas equivalem à Pro-posição (anunciam-se os feitos do 9.º 5.ª) e, por vezes, à Invocação (pede-se inspiração); segue-se uma homenagem a cada um dos alunos, uma Dedicatória; a Narração reúne as oitavas em que se contam episódios que a turma quis relatar.
A autoria das estrofes está no final de cada uma, entre parênteses curvos e em versaletes. Os assuntos ficam no cimo da estância, entre parênteses rectos e em itálico.

Louvada seja a grande confusão,
Que há três anos se instalou,
Pessoas que vão ficar no meu coração,
Memórias que o tempo não levou;
Paulo Lopes causou uma tremenda agitação,
Luís Prista a turma revolucionou,
Cantarei tudo o que juntos passámos,
Assim como o distúrbio que causámos.
(Carlota)

Peço-lhes, Cunílidas*, então,
Que me seja por vós oferecida
A dádiva da escrita e da redacção,
Tornando-a bela e enternecida;
Seja também a determinação
E toda a minha coragem erguida;
Sejam tais versos únicos e nobres
(A ver se com eles ganho alguns cobres).
(Gonçalo)
* Cunílidas — musas habitantes dos campos da ESJGF, sob a forma terrena de coelhos e coelhas.

A turma quinta não é bem comportada,
Mas não se deve desistir.
Não é que não seja educada,
Só se tem é de resistir.
Não é bem indisciplinada,
É só necessário persistir.
Estão a melhorar a olhos vistos,
Mas já aconteceram imprevistos.
(João A.)

A turma consegue portar-se bem;
Também consegue portar-se bem mal.
Os seus elementos são, porém,
Boa gente e gostam de «vendaval».
Ninguém consegue parar o vaivém;
Quem o começa, não o faz por mal.
O nono quinta é invulgar,
Aos professores faz rir e chorar.
(Mariana)

Turma muito inquieta,
Sempre disposta a conversar;
Nunca é a predilecta
Para levar a passear;
Gosta de ser directa
Se os professores vai abordar
Turma demasiado corajosa
E muito preguiçosa.
(João F.)

Foram da José Gomes Ferreira
Sempre alunos mal comportados,
Pouco educados e sempre na brincadeira.
Irritavam os professores empenhados,
Durante a aula inteira.
Assim, desastrados e desorientados,
Algumas notas baixaram
E nem todos passaram.
(Raquel)

Nunca vi turma como esta,
Sempre tão mal comportada:
Há gente que está sempre em festa,
Há também gente exaltada;
A parte da turma que resta
É a que está sempre calada.
E só ficamos calados,
Quando somos castigados.
(Mónica)

É uma turma que consegue
Mas por vezes se esquece
Do poder que a persegue;
É uma turma que merece
Toda a consideração que consegue
Captar de quem nos conhece;
É uma turma, por vezes, faladora,
Mas que, quando quer, é trabalhadora.
(Carla)

Por muito que tentem mudar,
Poucos resultados vão obter.
Pois é uma turma difícil de calar
E negativas começam a ter;
Assim começam a berrar
Como se razões tivessem para o fazer.
Quando há substituição conseguem fugir,
Juntos e escondidos, e desatam a rir.
(Soraia)

Turma sempre inoportuna e sorridente,
Em vez de estudar, os alunos gostam de gozar;
Sorrisos que ficam na mente,
Não têm nada com que se preocupar,
Vivem a vida de maneira iminente,
São conhecidos por desestabilizar.
Vou sentir falta dos meus caros colegas,
Mas agora não vamos ser piegas.
(Carlota)

A turma é barulhenta,
Podia ter melhores notas,
Mas não é nada lenta,
Apesar das cambalhotas.
Com uma delegada rabujenta,
É sempre só risotas,
Enquanto, sem muita paciência,
Os professores tentam a sua ciência.
(Rita)

Mais conhecidos por conversadores,
É turma que tem de ser corrigida;
Jamais os consideram trabalhadores,
«Trabalhar» é-lhes palavra desconhecida.
E muito aturam os professores,
Pois só pensamos no toque da saída;
Mesmo assim, há brilhantes mentes,
Pois também somos inteligentes.
(Cláudia)

[Ana B.]
Número um é o primeiro,
Vem antes do segundo
E antes do terceiro.
Ana Braga e o seu Mundo
Visualizam o céu inteiro,
Contemplam segundo a segundo,
Somos nós os seus amigões,
Felizes, contentes e brincalhões.
(Raquel)

[Raquel]
Estavas, sorridente Raquel, no corredor,
Fazendo esvoaçar o teu cabelo dourado,
Sem pensamentos ou dor,
Só o habitual ar despreocupado.
Todos reconhecemos teu valor;
Independente, sem namorado,
Raquel, sorri, sorri,
Sorri por mim e por ti.
(Joana B.)

[Bruno]
O seu nome é Bruno Dobrões,
Ler e escrever gosta de fazer.
É mais alto que altos torreões,
Assim, pode todos de cima ver.
Sobre ele as minhãs impressões
É que é bom colega a valer.
Calma, delicadeza ficam-lhe bem,
É divertido como ninguém.
(Raquel)

[Bruno]
O Bruno é simpático,
Tem ar de muito estudar;
Não costuma ser antipático,
Quando boas notas não consegue tirar.
Pode ser que um dia seja matemático,
Se assim continuar
A explorar a sua mente,
Ele que já é bem inteligente.
(Carla)

[Carla]
No meio de agitado rebanho,
Surge a alma da serenidade;
Tal sossego é por muitos estranho,
Contrário à triste verdade,
De uma turma com falta de empenho,
Pouco trabalho, mas muita amizade.
Bom trabalho e muita concentração,
Fazem a dela a melhor opção.
(Bruno)

[Catarina]
Rapariga um pouco reservada,
Considerada trabalhadora.
Quase nunca está chateada,
E não é conhecida por conversadora.
Muito calma, pois nunca a vi enervada,
Gostaria de ser professora.
Acrescento que que não é vaidosa,
Mas é colega de quem ficarei saudosa.
(Cláudia)

[Catarina]
A Catarina é divertida
E sempre simpática.
Colega querida,
Não gosta de Matemática,
Nem anda muito seduzida
Pelas coisas de gramática.
Vai ser sempre uma amiga
Da minha turma antiga.
(Carla)

[Cláudia]
Pessoa sincera com quem se pode contar,
Sempre atenta ao nosso comportamento;
Bastam poucas palavras dela para nos alegrar,
Estabeleceu na turma o nosso próprio movimento;
O seu sorriso dá que falar,
Os seus olhos a muitos vão causar sofrimento.
Boa aluna e empenhada,
A Cláudia vai ser sempre por mim acompanhada.
(Carlota)

[Cláudia]
Estavas, radiante Cláudia, à janela
A comentar quem na rua andava:
«Olha que vizinha tão fatela»
A que à sua porta passava;
E metendo conversa com ela
Parecia que o tempo voava;
Mas, quando começou a chover,
A Cláudia desatou a correr.
(Marta L.)

[Carlota]
Filipa, Filipa,
Que quer que lhe chamem Carlota,
Odeia que lhe chamem Filipa
E também que lhe chamem pequenota.
Os seus amigos brincam com ela chamando-lhe Filipa,
Mas ela diz gritando «Carlota!».
Ela pode ser divertida
E também bastante extrovertida.
(Filipe)

[Carlota]
Sempre meiga, amiga e divertida,
Também é muito curiosa,
Mas ninguém lhe tira o ar de querida,
Que a sua auto-estima é maravilhosa.
Rapariga é também muito prevenida,
Com cabelo lindo e nada vaidosa.
Adora a expressão «ó idiota!»:
Sim, é isso mesmo, é a Carlota.
(Cláudia)

[Filipe]
Estavas, grande Filipe, a socar um miúdo.
Estavas muito divertido,
Mas apareceu um graúdo
E obrigou-te a ficar contido.
Olhou para os teus bolsos e questionou o conteúdo,
Mas, de repente, viu que tinhas fugido...
Foi bem feito, também:
Nunca mais tocaste em ninguém.
(João A.)

[Francisco]
Belchior, Belchior,
Isto vai ser difícil de dizer.
Não és o melhor,
Mas também se pode dizer
Que não és o pior
Tema para fazer,
As rimas foram difíceis de achar
Mas já estou a acabar.
(Filipe)

[Gonçalo]
Estavas, gabarolas Gonçalo, pregado ao monitor,
Construindo os teus exércitos
E gozando com as tropas do opositor.
Não passavas de mais um «nerd» sem créditos,
Jogando o torneio de jogos de computador,
Aos quais se dão injustos méritos,
Tristes são os tempos que temos,
Em que tudo o que queremos fazemos.
(Bruno) [rima B apenas toante]

[Gonçalo]
A inteligência não é o seu forte,
A maneira de falar é atordoada,
Os caracóis embaraçados do corte
Tresmalham a caspa resguardada.
Com fraco suporte,
Só tem uma camisa amarrotada.
Não acreditem: o que digo está ao contrário,
Pois, na verdade, o Gonçalo é extraordinário.
(Joana D.)

[Joana D.]
Tem seu nome começado por jota,
Sendo o qual acabado em «ana»;
Inseparável da pequena Carlota,
Tal a amizade que a ambas irmana.
Todos notam da jovem a risota,
E a sua marca menos mundana,
Pois se reconhece em qualquer parte,
O sorriso da Joana Duarte.
(Gonçalo)

[Joana D.]
Afinal, a Joana não anda de mini-saia
Na Damaia ou no xilindró,
Mas, se fosse dessa laia,
Já não veria «A Família Galaró»
Nem o Bruno seria cobaia
Das suas troças sem dó.
Joana, não te vamos esquecer,
Mas «A Família Galaró» evita ver.
(Joana B. & LP)

[Joana D.]
Estavas, querida Joana, a chorar.
Sempre pensei que a tudo reagias calmamente.
O teu objectivo é passar a vida a gozar,
Quando te toca a ti, a situação é diferente.
Intimidas com o olhar,
Ao teu sarcasmo ninguém fica indiferente...
Juntas, porque és a minha melhor amiga,
Sobre estes cinco anos escreveremos uma cantiga.
(Carlota)

[Joana B.]
Tem risos de lés-a-lés;
É poupada e nada necessitada,
Não enche quatro roupeiros rés-vés.
Com a sua maneira de rir capacitada,
Como se lhe fizessem cócegas nos pés,
É também uma felicidade inacabada.
Das suas frases imperdíveis,
As disparatadas são as mais apetecíveis.
(Joana D.)

[Joana O.]
Chegaste muito cuidadosa,
Com muita naturalidade.
Senti que eras carinhosa,
Mostrando disponibilidade,
Mas nunca foste conflituosa,
Sempre tiveste responsabilidade,
Com os teus olhos brilhantes,
Iluminaste o que não havia antes.
(Joana B.)

[Joana O.]
Estavas, bela Joana, sentada ao pé das flores:
Respiravas os cheiros da natureza em teu redor.
Talvez estivesses tu, quem sabe, perdida de amores
Por alguém que, como tu, tem um objectivo maior.
Não consegues, porém, esconder os teus temores.
Haja alguém no céu, que te conheça de cor,
Para pôr os maus pensamentos num lugar distante
E trazer o teu sorriso de volta, torná-lo constante.
(Marta P.)

[João F.]
O João é calado,
Às vezes, brincalhão;
Faz tudo errado,
Mas recebe sempre perdão.
Quando está zangado,
É um grande resmungão;
Mas é um bom amigo,
Não merece castigo.
(Joana O.)

[João F.]
O grande João Fonseca
É bastante forte e corpulento;
A escrever é uma seca
E a compreender um pouco lento;
Como eu, gosta da sua soneca
E, por vezes, até ao relento!
Tem paciência para a Rita,
Até mesmo quando ela grita.
(João M.)

[João M.]
No João me irei inspirar,
De todos o melhor,
Aquele em quem sempre pude confiar,
Com muita cor
E divertimento para dar,
Um rapaz que faz furor.
É ele o Marcelo,
Aquele moço singelo.
(João C.)

[João C.]
De cabelo fora do sítio e desgrenhado
Baixa estatura, mas nem por isso diminuído,
Com algo a dizer, quase sempre engraçado
Estar com ele é deveras divertido,
Brincadeiras aceites de bom grado,
Mas, quando quer, causa um enorme ruído:
Lá na escola todos sabem quem é o «Rato»,
O que diz piadas, o fala-barato.
(João M.)

[Zé]
Estavas sentado, Zé, sem fazer nada
Na aula com o professor a falar,
A tentar passar a maçada
À qual atenção não estavas a dar.
Era apenas mais uma hora e meia mal passada,
Mas estava prestes a acabar.
Isto parece-te uma chatice,
Mais vale ficar na molenguice.
(João M.)

[Zé]
Da minha turma irreverente
Do Zé irei falar,
Outro daqueles que não usa pente
E um matreiro de não fiar...
Mas ele estará sempre presente
Quando de um amigo precisar.
Aqui te espero no café,
Meu bom amigo Zé.
(João C.)

[Luís]
O Luís Gonçalves é um bom colega,
Dá-se bem com todas as pessoas.
Sempre a tremer a perna, não sossega.
Diz o que pensa, sem loas.
É original, se no lápis pega;
Não faz só desenhos e coisas boas,
Também é um mauzão e respondão,
Mesmo, por vezes, sem muita razão.
(Mariana)

[Mariana]
Estavas tu, amiga Mariana, a tentar estudar,
Quando te disse para irmos embora
E tu me dizes para esperar...
Quando eu pergunto se demora,
Chateias-te, começas a refilar
E eu fico completamente à nora.
Quando finalmente saímos da escola,
Convido-te para irmos beber uma Coca-cola.
(Soraia)

[Mariana]
É uma óptima amiga,
Nela podemos confiar.
Faz-me cócegas na barriga
Que me põem a berrar.
Dedicou-me uma cantiga
Que me pôs a chorar.
A ela lhe agradeço a amizade
O que me proporciona felicidade.
(Marta L.)

[Mariana]
Gostei muito de estar ao lado da Mariana:
Quando era preciso deixava-me copiar
E não dava muita cana;
Nunca mal me deixou ficar,
Mas também sou nenhum sacana!;
De manhã a todos consegue despertar;
Que Mariana é boa colega
É coisa que ninguém nega.
(Luís)

[Marta L.]
A Marta Lima é uma grande amiga,
Raramente se chateia com alguém:
É muito alta e não tem barriga,
E muitas cócegas ela tem;
Ninguém diz não ser boa rapariga,
Pelo contrário, é querida também!
Chamam-lhe palito, fica resmungona;
Grávida, só espetada com azeitona!
(Mariana)

[Marta P.]
A Marta é um amor,
Sempre pronta a ajudar.
Com o seu humor,
Consegue cativar
Todos em seu redor.
À Marta vou desejar
Que não lhe falte a felicidade,
E sei que vamos manter a amizade.
(Marta L.)

[Marta P.]
Estavas, querida Marta, sentada no anfiteatro,
Quando eu me aproximei de ti.
Olhei-te de longe e percebi logo que eras tu:
O teu sorriso e o teu olhar denunciam-te.
Trazias aquele casaco verde e o cabelo apanhado,
Sim, não havia dúvidas,
Eras tu, a minha amiga Marta,
Uma colega de que ninguém se farta.
(Joana O.)

[Marta P.]
Menina sempre paciente,
Menina pouco vaidosa,
Porém nada desistente
E nem um pouco vagarosa,
Marta Prino é inteligente,
Marta Prino é preciosa.
Acalma-nos com aquele seu jeito,
Torna o ambiente perfeito.
(Mónica)

[Mónica]
Estava a bela Mónica sentada no jardim,
Cabelo ao vento, sentia-se realizada e feliz,
De sorriso nos lábios, que ela é mesmo assim,
Elegante e fabulosa, põe o seu verniz.
Beleza e graciosidade nela não têm fim,
Simpatia e lealdade, toda a gente o diz.
E o sol brilhou no seu profundo olhar
E uma certa alegria pairou leve no ar.
(Marta P.)

[Mónica]
Alta, magra e bacana,
Com os seus cabelos brilhantes,
Ela ninguém engana;
Com os seus olhos fulminantes
Que sonham com uma cabana,
Sobre ondas ondulantes.
Na passarela a iremos mirar
E, com certeza, vamos gostar.
(Raquel)

[Nuno]
Aluno responsável,
Bastante pontual,
Muito prestável,
Traz sempre o manual.
É bem amável
E um amigo natural;
Calmo, atento,
Não lhe falta talento.
(Rita)

[Nuno]
Está na hora de começar,
Metade da turma ainda não chegou,
A outra metade vem a dormitar,
O professor já se chateou...
Aos poucos e poucos começam a entrar:
Só um deles é que estudou,
A maior parte já adormeceu
E foi assim que sempre aconteceu.
(João C.)

[Nuno]
Sempre muito cumpridor,
Sempre pronto a ajudar,
Faz tudo com muito rigor,
Mas gosta de conversar.
Aos professores dá valor,
Nuno é um aluno exemplar:
Raro é o dia que se demora,
Nunca chega depois da hora.
(Mónica)

[Rita]
Rapariga sempre atenta
Com um estilo particular,
Sabe onde se senta
E nunca muda de lugar.
Não se aguenta
Muito tempo sem falar,
É rapariga divertida
E bastante desinibida.
(Soraia)

[Rita]
Oiço barulho prolongado
Que virá a ser aquilo?
Vejo alguém atrapalhado,
Parece um bonito esquilo...
É a Rita, com tom rosado,
Saltitando ao seu estilo,
Sempre falando e sorrindo,
A vida assim vai curtindo.
(Nuno)

[Soraia]
Tem pezinho de princesa,
Mas anda às mil maravilhas;
É de uma rara beleza,
Está sempre a comer pastilhas;
Pequenina, com certeza,
Mas mexida como se tivesse pilhas;
Tem o cabelo ondulado
E bastante acastanhado.
(Rita)

[Tiago]
Jovem falador,
Rapaz sem sul e norte.
Nas cábulas é amador,
Faz-se um pouco de forte.
Não sei que dizer deste senhor
Que é de médio porte
Tem um cabelo engraçado
E a Carla ao lado.
(Soraia)

[João A.]
Oh! Amigo Janinho,
Ninguém te mencionou?
Nem numa estância, coitadinho!
Tardou, mas chegou,
E, com um pedaço de carinho,
Alguém te aplicou
Notas inantingíveis,
De explicações invisíveis.
(Joana D.)

[João A.]
Dos Maristas, colégio privado,
No último ano se nos juntou
O João, tímido e reservado.
Em pouco tempo se enturmou,
Deixando rapidamente de lado
Todo o silêncio que antes mostrou.
Apenas um ano, foi quase nada,
Mas não vamos esquecer este bom camarada.
(Gonçalo)

[Visita à Expolíngua]
A Expolíngua, grande viagem pelo mundo,
Trouxe ao 9.º 5.ª divertimento e sabedoria.
Às voltas pelas arcadas, num tumulto profundo
Com boa-disposição mas sempre numa correria.
Chegou a hora do teatro, com um pirata imundo
Levando os amigos ao palco e foi uma alegria!
Regressámos de autocarro, que chegou atrasado;
Voltaremos em breve, assim fica combinado.
(Marta P.)

[A ideia de recolher as cadernetas]
Quando os professores na sala D 3
Em Conselho de Turma se reuniam,
De cada aluno falaram à vez...
Sobre o 9.º 5.ª eles decidiam
As soluções para a sua má rês:
As cadernetas se recolheriam,
Para o mau comportamento assentar
E assim os pais poderem informar.
(Mariana)

[Visita ao Parque das Nações]
O nono segunda e o nono quinta
Foram, a 10 de Maio, ao Oceanário.
Viram peixes com muita pinta
E o Pavilhão do Conhecimento foi extraordinário.
Depois da visita, era só gente faminta
E a enxugar o vestuário...
A aposta fora o mais bizarro.
Depois, foram ao teatro e voltaram de autocarro.
(João A.)

Para as oito na escola convocados,
No portão da entrada reunidos,
Partem, pelo Pinguim escorraçados,
Apanhando o 50 destemidos.
Vários minutos e horas passados,
Contentes já estão todos, divertidos,
No Oceanário, Parque das Nações,
A ver lontras, raias e tubarões.
(Gonçalo)

Chegámos e fomos direitinhos ao Oceanário,
Um mundo marinho cheio de cores.
Todos se fascinam com aquele aquário,
Presos pelo olhar e perdidos de amores.
Não há mais belo cenário
Que no meio destas «flores»...
E o nono quinta contente ficou
Com o puro azul que ali encontrou.
(Marta P.)

Uma visita de estudo realizámos:
Ao Parque das Nações, quinta-feira
Fomos, e o Oceanário, adorámos,
Tendo lá feito muita barulheira.
Também de teleférico nós andámos,
Vimos Teatro e, à nossa maneira,
Fizemos um piquenique cá fora.
O Pavilhão do Conhecimento foi à uma hora.
(Mariana)

Visita muito animada,
Onde todos se deram bem,
Riram todos à gargalhada
Não faltou riso a ninguém,
Vimos toda a bicharada
E uma peça também.
Nada na visita correu mal
Foi uma visita sem igual.
(Mónica)

A primeira paragem era o Oceanário,
Esse mundo mágico de cores;
Entrámos no aquário
E não sofremos dissabores.
Era um lugar extraordinário
E por ele morremos de amores.
Para todos vai ficar na memória
Como mais uma bonita história.
(Joana O.)

[Aposta nos repuxos da Expo]
Com cinco euros tudo começou,
O desafio era os repuxos passar;
Para ver o stor tudo apostou,
E ele, depois de muito pensar,
Lá passou
E consigo acabou por levar
A turma inteira
Para a brincadeira.
(Carla)

[No teleférico]
Não esperava eu
Que no teleférico
Professor meu
Entrasse tão colérico
E, pelas vertigens, cheia de medo eu.
Enfim, o passeio foi homérico:
O extrovertido era o de Inglês
E o que o acalmava o de Português.
(Joana B.)

[Dança em Educação Física]
Dançar
Que bom que é!
Dançar sem parar
O regadinho e o sariquité,
Sempre a rodar,
Que bom que é!
Toda a turma gostou,
Mas ninguém passou.
(Filipe)

[Exercício de evacuação das salas]
O alarme tocou,
Mas era apenas uma simulação
A turma prontamente se ordenou
Para uma exemplar evacuação,
Um terramoto se mostrou
Mas de risos e confusão...
Desta vez tudo foi facilitado.
Mas se um dia não for simulado?
(João C.)

[Ida ao cinema no sétimo ano]
Ir ou não ir foi o grande dilema
De a stora Carla Pinheiro nos levar
A ver O Fantasma da Ópera no cinema,
De onde todos saímos a cantar.
Lá não houve nenhum problema,
Embora eufóricos passássemos a estar.
Foi um dia para jamais esquecer,
Que o 9.º 5.ª gostava de rever.
(Cláudia)

[Sermão da Directora de Turma]
Teresa Alpiarça, a sábia mestra,
Hábil falante da língua latina,
Ditando-nos uma sua palestra,
Com sua linguagem nos azucrina:
«A priori» vai exclamando destra;
Sua pose tão elegante e fina,
Dizendo-nos sistematicamente
Como somos um bando de má gente.
(Gonçalo)

[Visita de estudo Sintra-Cascais]
Estávamos todos preparados
Para aquela visita de estudo
Por sítios variados.
Foi giro e, contudo,
Houve momentos estragados.
No final de tudo,
Divertimo-nos à grande,
Pela Praia Grande.
(Luís)

Todos juntos fomos passear
A pretexto de Ciências Naturais.
Realmente, fartámo-nos de andar,
Mas não dissemos nem «uis» nem «ais».
Adorámos as grutas visitar
Pois muito aprendemos em Sintra e Cascais;
Belas fotos nós tirámos,
Desta visita que adorámos.
(Soraia)

[Aulas de compensação]
Nada mais triste há a recordar,
Do que as lentas aulas de compensação,
Obrigação a que todos queriam faltar
Devido à falta de orientação.
Durante o ano matéria ficou por dar,
E a turma, resignada, às aulas voltou no Verão.
Que haverá, nas férias, para aprender?
É uma coisa que não consigo entender.
(Bruno)

[Visita à Central termoeléctrica do Pego]
Estava um belo dia
E nós entrámos na camioneta;
O motorista para a Central do Pego nos guia.
Começou a visita e estava tudo na palheta;
Naquela altura não havia monotonia,
Mas os professores só se queriam pôr na alheta.
Nunca mais iríamos a uma visita, mas que pinta.
O que se pode fazer? É o nono quinta...
(João M.)

Cedo iniciámos a viagem.
E já é a Central do Pego, não são visões.
Foi boa a camaradagem,
Começámos a visitar as instalações.
Gritava a Rita: «não vou fazer uma aterragem!».
A passagem era perigosa, estava com palpitações,
Olhou em frente, até pareceu magia:
Passou em grande correria.
(Nuno)

Estávamos todos estranhamente calados,
Ao ver a professora de Geografia passar;
Depois de observar os nossos olhares entusiasmados,
Os capacetes não tardaram a tombar;
Todos nós nos rimos, até ficarmos cansados,
Mesmo depois de levarmos uma bela falta,
Continuámos a rir com a malta.
(Carlota)

Fomos todos passear,
Tivemos logo de sair,
Para podermos apanhar ar,
E para podermos rir,
A professora andava sempre a olhar,
E a tentar não rir,
Quando chegámos à escola, ouvimos de todos,
Por nos termos portado mal a rodos.
(João F.)

[Canoagem]
Com os stores de Educação Física e de Tecnológica
Fizemos uma longa viagem;
Tinha a visita uma componente biológica,
Pois tratava-se de canoagem:
Se não remássemos com lógica,
Poderia haver viragem.
É que para uma boa navegação
Tem de haver coordenação.
(Rita)

[Professor Esperança]
E vós, Professor Manuel Esperança,
Dai-me força e paciência
Para estudar e esquecer as lembranças
E empenhar-me nesta ciência.
Já que contribuis com segurança
Para bem da nossa adolescência,
Encaminhai-me com jeitinho
Para seguir o meu caminho.
(Joana O.)

Vós que organizais o nosso futuro
Hoje com os olhos no amanhã,
Tendes um árduo caminho, e duro,
Mas não será essa uma tarefa vã.
Em nós haveis de ter orgulho puro,
Jovens de corpo robusto e mente sã.
Representais hoje a nossa segurança
E trazeis no vosso nome nossa Esperança.
(Marta Prino)

[Dona Emília]
Entra na sala com as suas comunicações,
Sempre com um sorriso nada amarelo
E preocupada com as nossas educações,
Podendo nós, por vezes, levar com o seu chinelo.
Óptima ouvinte das nossas conspirações
E também bastante tagarela,
Raramente se zanga e pouco leva a mal
Ficará assim conhecida como sendo a tal.
(Carlota)

[Dona Filomena]
Que voz tão calma tem,
Utiliza-a para nos reconfortar;
Contínua de ninguém,
Amiga para durar.
Não apenas quando lhe convém,
Está no bloco B para ajudar,
E de conversas sempre gostou,
Aqui, com uma amiga ficou.
(Carlota)

Estavas, Dona Filó, posta em sossego,
Quando alguém te vem incomodar,
Nesses teus momentos de intervalo e apego,
Aqueles momentos em que era só namorar
E alimentar o pensamento e o ego.
Nesse momento soa a campainha e é o acordar,
Está na hora de cair na realidade
E aos estudantes ensinar a solidariedade.
(Tiago)

[Professor Alvelos]
Estavas, firme Alvelos, no teu sermão,
Mais um no meio de milhões
Que habitualmente pregas sem perdão.
Para ti, só com o dedo no ar se fazem questões,
Só aceitas respostas de sim ou não
E não admites alunos trapalhões.
A tua firme postura é admirável
E a tua atitude em aula é implacável.
(Cláudia)

[Professor Luís Ferreira]
Ao muito difíceis os testes fazer,
Põe os alunos antes das vésperas a estudar;
As suas críticas fazem-nos tremer,
A sua ironia faz-nos vibrar;
As suas críticas o nosso ego fazem descer;
Nas suas aulas calado tem que se estar,
E, quando não está para brincadeiras,
É melhor não fazermos asneiras.
(Carlota)

Estava o estudioso Prof. Luís Ferreira agitado,
Não alcançando o átomo ideal,
Dormitava, com os livros inconsolado;
A sua alma, impaciente e genial,
Desejava um bom resultado,
A molécula, a tal, a referencial.
Ora, apesar do seu ego e das vaidades,
Do seu saber ainda vamos ter saudades.
(Joana D.)

[Professor António — 8.º ano]
Da História um teatro fazia
Nas aulas para nos ajudar;
Toda a gente com ele se ria,
Passava as aulas a brincar.
Nunca pensámos que o seu ursinho causaria,
No futuro, saudades de matar.
Oh, tanto rimos, tanto gozámos!
Das suas aulas nunca nos fartámos.
(Carlota)

[Certo e determinado indivíduo]
Pelo computador e o projector,
Vamos dar início ao conto:
Trazidos pelo carregado professor,
Que, rapidamente, põe tudo pronto;
Quando se irrita, é um terror,
E chegou a dizer... Mas tem de se dar desconto,
Que os alunos vão trabalhando alegremente,
Aprendendo e rindo constantemente.
(Joana D. com leves censuras por LP)

[Professor Paulo Lopes]
Paulo Lopes, tu que és de Abrantes,
Vieste para a nossa escola
E nada foi como dantes.
Sempre com a tua sacola,
As tuas regras eram possantes
E ninguém levantava a bola.
Tinhas o quadro dos mal-comportados,
Que todas as semanas estavam tramados.
(João M.)

O stor Paulo Lopes, sempre com invenções,
Queria resolver o seu problema maior:
O aproveitamento do 8.º 5.ª e mais preocupações.
Considerando o Zé o aluno pior,
Ficar sem intervalo foi uma das soluções,
E a Carla a aluna melhor.
Um método que na turma gerou confusão
E, principalmente, muita indignação.
(Cláudia)

[O cartaz boicotado]
O stor Paulo Lopes um cartaz escreveu,
Com regras e alguns deveres a fazer;
Mas alguém se lembrou e nele desenhou
Todos os animais possíveis de descrever
E cada animal um rapaz representou;
A brincadeira, ao stor a paciência fez perder:
Numa reunião o cartaz mostrou
Às mães de quem o decorou.
(Carla)

[Representação pela turma — AP, 8.º ano]
Área de Projecto,
Disciplina do coração,
Com um grande dialecto
E uma grande representação.
Com luzes no tecto
E actores no chão,
Essa peça se encenou
E sobre drogas se falou.
(Zé)

De «sketches» cómicos era feito
O teatro inglês na cabeça de Paulo Lopes.
Escrito e ensaiado para dar um belo efeito
De imagens, sons e teatrais dotes,
Acompanhados pelo respectivo cenário imperfeito,
De papel rasgado e colagens pouco fortes.
Mas, no final, quem destes problemas se lembrou?
Os aplausos e os assobios foi tudo o que nos sobrou.
(Bruno)

[Ao Bruno, do 7.º 5.ª]
Bruno Silva, aluno do 7.º 5.ª,
Por três anos aqui esteve emigrado,
Por dois anos na nossa companhia.
Vindo do seu Verde Cabo amado,
Com malvadez, a Júlia perseguia;
Pobre Dobrões, ficava ensarilhado,
Com tudo o que o Bruno proferia.
Sentimos e chorámos sua falta:
«Bruno Silva, não esqueças cá a malta!»
(Gonçalo)
Links para exames: apresentação do exame nacional deste ano (2006/2007), publicada há pouco. Provas de anos anteriores: primeira chamada de 2005/2006; segunda chamada de 2005/2006; primeira chamada de 2004/2005; segunda chamada de 2004/2005.
De qualquer modo, não é matéria que os deva preocupar e não aconselho o «download» dos documentos. O regulamento de exames para este ano confirma o modelo que já se conhecia. Quanto às provas dos anos anteriores, continuaremos a fazer todos os seus itens em aula, a pouco e pouco (de maneira a, no final do ano, já termos feito esses quatro exames).